Quer saber qual o custo da energia elétrica dentro do seu orçamento anual e como calcular? Então confira abaixo.
É fundamental realizar o monitoramento do consumo de energia de uma instalação elétrica. Sem a medição, podemos ter problemas financeiros relacionados ao desperdício de energia.
Sobretudo, com um sistema de gestão de energia é possível mensurar esses gastos para obter um valor preciso sobre o quanto cada filial / área / setor / linha de produção da empresa utiliza daquele total de energia consumida. Conhecendo esse perfil de consumo, será possível definir uma estratégia voltada ao uso de forma racional.
Características gerais do custo da energia elétrica dentro do seu orçamento anual
Antes de tudo, para entender como funciona o cálculo, é necessário conhecer alguns conceitos sobre a tarifação de consumidores de energia do grupo A.
Demanda e consumo
A demanda é a potência contratada para atender a produção da unidade consumidora, geralmente medida em kW (quilowatt) ou MW (megawatt). Para tarifação de demanda é firmado um contrato com a concessionária de energia. Este contrato é equivalente ao “aluguel” da infraestrutura da rede de distribuição.
Já o consumo é a quantidade de energia que foi utilizada no período em questão, sendo medido em kWh (qulowatt-hora) ou MWh (megawatt-hora). O consumo acumulado no mês é o que será cobrado pela concessionária de energia.
Horário ponta e fora ponta
Existem horários em determinados períodos do dia onde a tarifa da demanda e do consumo é maior. O objetivo dessa variação é incentivar os consumidores a utilizar menos energia nos horários de pico, evitando assim sobrecargas no sistema de distribuição. Essas variações também são conhecidas como “tarifas horosazonais”.
Existem variações na classificação dos horários de acordo com cada região do país, mas os períodos geralmente são:
- Horário ponta: Entre 18h às 21h, com exceção dos fins de semana e feriados.
- Horário fora ponta: Períodos restantes.
Tarifas
Além dos horários, existem as tarifas azul e verde. Elas têm o intuito de encaixar o consumo de cada empresa nas políticas de preços regulamentadas pela ANEEL, sendo:
- Tarifa Azul: Modalidade estruturada para aplicação de tarifas diferenciadas de consumo de energia elétrica de acordo com as horas de utilização do dia e períodos do ano, bem como de tarifas diferenciadas de demanda de potência de acordo com as horas de utilização do dia.
- Tarifa Verde: Modalidade estruturada para aplicação de tarifas diferenciadas de consumo de energia elétrica de acordo com as horas de utilização do dia e os períodos do ano, e uma única tarifa de demanda de potência.
Enquanto a tarifa azul possui dois valores diferentes de demanda de potência, a tarifa verde possui uma cobrança única. Ambos são influenciados de acordo com o horário de ponta e fora de ponta, porém a tarifa verde pode ser ou não ser diferente nos horários, não é uma regra.
É importante verificar na fatura de energia qual o enquadramento tarifário da instalação, para que o cálculo seja feito corretamente.
Como saber qual o custo da energia elétrica dentro do orçamento anual?
Primeiramente, precisamos saber que cinco tipos de tarifa que podem se aplicar a fatura: Tarifa de energia (TE), Tarifa de uso do sistema de distribuição (TUSD), bandeiras tarifárias, multas e demais encargos setoriais.
Em resumo:
● A Tarifa de Energia (TE) refere-se ao que de fato foi consumido;
● A Tarifa de Uso dos Sistemas de Distribuição (TUSD) está relacionada aos encargos para uso do sistema. Em outras palavras, é o “pedágio” pago para que a energia chegue ao local onde será consumida.
● As bandeiras tarifárias estão relacionadas as condições para geração de energia elétrica no Brasil, e podem gerar um acréscimo na fatura:
- Bandeira verde: condições favoráveis de geração de energia. A tarifa não sofre nenhum acréscimo;
- Bandeira amarela: condições de geração menos favoráveis. A tarifa sofre acréscimo de R$ 0,01343 para cada quilowatt-hora (kWh) consumidos;
- Bandeira vermelha – Patamar 1: condições mais custosas de geração. A tarifa sofre acréscimo de R$ 0,04169 para cada quilowatt-hora kWh consumido.
- Bandeira vermelha – Patamar 2: condições ainda mais custosas de geração. A tarifa sofre acréscimo de R$ 0,06243 para cada quilowatt-hora kWh consumido.
● As multas podem ocorrer quando a demanda ultrapassar o limite contratado e/ou quando o fator de potência estiver baixo;
● Encargos setoriais são os impostos federais, estaduais e municipais.
Relacionando as tarifas com os perfis horosazonais, podemos ter:
● Preço na tarifa verde no horário ponta e na tarifa verde no horário fora ponta;
● Preço na tarifa azul no horário ponta e na tarifa azul no horário fora ponta.
Conclusão
Para calcular o consumo da unidade energética, é preciso consultar as tarifas (TE e TUSD) com a fornecedora de energia. Após isso, inicia-se o cálculo. Você deve multiplicar o consumo de energia no período em questão pela soma das tarifas de energia (TE) + tarifa de uso do Sistema de Distribuição (TUSD), de acordo com o posto tarifário (consumo ponta e consumo fora ponta).
O cálculo para demanda é o mesmo. Multiplica-se a demanda contratada pelo valor das tarifas de TE + TUSD.
Vale ressaltar que para demanda, é obrigatório pagar o valor contratado, mesmo que ele não seja utilizado por completo. Aliás, a empresa que solicitou o serviço geralmente tem direito a uma tolerância de até 5% acima do valor contratado.
A fatura de energia sempre indicará a bandeira tarifária vigente naquele período de apuração. Caso a bandeira indique o acréscimo na tarifa, este valor estará sinalizado e deve ser somado ao valor total.
Também é necessário identificar se houve incidência de multas, por ultrapassagem de demanda ou baixo fator de potências. Para estes casos, será aplicada uma tarifa maior sobre esses valores.
Por fim, é necessário incluir os valores de encargos setoriais (ICMS, PIS, COFINS, Iluminação publica, entre outros) ao total contabilizado nas etapas anteriores.
Por que calcular o custo da energia elétrica dentro do seu orçamento anual?
Com a clareza sobre o consumo de energia, a empresa pode decidir sobre mudanças no enquadramento tarifário ou contrato de demanda. Também pode verificar períodos em que o consumo é elevado e a partir disso tomar ações para redução temporárias, além de estudos de viabilidade para implantação de um sistema de geração distribuída. Na medição setorial, identificar áreas ou máquinas com baixo índice de eficiência energética, e com isso avaliar uma possível intervenção ou substituição.
Em suma, a importância de saber qual o custo da energia elétrica dentro do seu orçamento anual está diretamente ligada à consciência dos gastos com energia. Para saber mais sobre como funciona e conhecer as nossas soluções, acesse o nosso site e entre em contato com um de nossos profissionais.